Série especial do JN mostra como o agronegócio brasileiro está enfrentando as mudanças climáticas
- g1 globo

- 7 de out.
- 3 min de leitura
A primeira reportagem é sobre uma dupla fundamental na dieta dos brasileiros: o arroz e o feijão.
Falta pouco mais de um mês para a COP30, em Belém. E o Jornal Nacional apresenta, nesta semana, uma série especial de reportagens sobre comida e clima. Você vai ver como o agronegócio brasileiro está enfrentando as mudanças climáticas e qual o impacto delas no mapa nacional da produção de comida. A primeira reportagem é sobre uma dupla fundamental na dieta no nosso prato: o arroz e o feijão. “De uns anos para cá, a natureza está mais - usar uma palavra meio... - louca, fora de órbita. A natureza não está mais regular como era uma vez. Tu escolhia: será que eu vou plantar agora, tipo, 10 de novembro? Será que eu vou plantar ou vou esperar uma chuva? Agora, de dois, três anos para cá, tu nem consegue plantar, porque ele não dá chance – o tempo, para natureza, no caso”, diz o produtor de arroz Edislei Cechin. É dezembro de 2024, região central do Rio Grande do Sul. Sete meses depois das enchentes que devastaram o estado, os agricultores ainda tentam encontrar um caminho na terra molhada demais para terminar o plantio do arroz.
Edislei Cechin: E a gente faz umas valetas para água sair totalmente, para drenar bem a água, para o solo secar mais rápido. Tiago Eltz, repórter: É para ficar alagado depois, né? Edislei Cechin: Depois sim. Só que para plantar tem que ser no seco. Se não, você coloca o trator aqui e afunda. Tu vê que tu pisa e aí não tem como plantar.

Série especial do JN mostra como o agronegócio brasileiro está enfrentando as mudanças climáticas — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução
Pelas propriedades, o trabalho é corrido e preocupado. Já passou quase um mês da janela ideal para o plantio. “Quando tu vai passando de 15 de novembro, não é que não possa semear, é que diminui a tua possibilidade de ter mais quilos de arroz por hectare”, diz o engenheiro agrônomo do IRGA Ênio Coelho. É uma matemática ansiosa. Cada dia de atraso diminui a renda do ano seguinte inteiro. Luiz Fernando Cauduro, produtor de arroz: Nós aqui temos 30% da área recém-semeada.
Trinta ainda eu vou semear até o dia 20 e 30, um terço, assim não vai ter o que fazer. Repórter: Mas você está certo de que vai semear mais 30 ainda? Luiz Fernando: Boa essa tua pergunta.
É certo, certo... Não existe uma coisa, uma precisão na agricultura, mas é uma estimativa. Um agricultor, o dinheiro dele é o grão. Se não fizer grão, ele não tem dinheiro. E o grão vem da terra, vem do tempo, vem do clima.
O desafio do Rio Grande do Sul é um desafio do nosso prato. Arroz é o alimento mais importante da nossa dieta. Responde por quase 20% das calorias ingeridas diariamente pelos brasileiros. E o Rio Grande do Sul produz 70% do arroz consumido no país.
“Nós estamos produzindo mais ou menos a quantidade que nós consumimos aqui no Brasil. Caso haja perda significativa de produtividade, a gente vai ter dificuldade de abastecimento do mercado interno. Então, a pesquisa tem que se movimentar no sentido de encontrar soluções alternativas para que a nossa segurança alimentar seja preservada frente a essas mudanças climáticas”, afirma o pesquisador da Embrapa Adriano Pereira de Castro.

Você deve ter percebido que a pesquisa nos fez mudar de cenário. O vento seco que balança os pés novinhos de arroz é típico de setembro em Goiás. Lá não existe isso de “chuva demais”. O clima é totalmente diferente. O plantio também. A água, que nessa época não vem do céu, é distribuída às plantas com estruturas gigantes, como braços mecânicos - que podem ter centenas de metros, até um quilômetro - e giram pela lavoura em torno de um pivô. Uma forma já tradicional para outras culturas, mas relativamente nova para o arroz.
“Nós estamos produzindo mais ou menos a quantidade que nós consumimos aqui no Brasil. Caso haja perda significativa de produtividade, a gente vai ter dificuldade de abastecimento do mercado interno. Então, a pesquisa tem que se movimentar no sentido de encontrar soluções alternativas para que a nossa segurança alimentar seja preservada frente a essas mudanças climáticas”, afirma o pesquisador da Embrapa Adriano Pereira de Castro.
"Excelente abordagem do Jornal Nacional sobre os impactos climáticos no agronegócio. A GMG Ambiental, por meio da tecnologia Orion, atua diretamente nesse cenário — integrando dados climáticos, alertas de risco e monitoramento em tempo real. Essa inteligência permite decisões mais rápidas e estratégicas, reduzindo danos ambientais e garantindo maior eficiência operacional."
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